A Filarmónica Flor do Alva, centenária, fundada em 1918, possui uma longa e rica história no âmbito da cultura no concelho de Arganil. Foi todavia necessário um enorme empenho de várias direções e o esforço coletivo de muitas gerações para conseguir manter vivo este polo cultural em Vila Cova do Alva. Um dos objetivos da filarmónica foi sempre possuir uma sede própria. Em 1980, e depois de muito trabalho dos seus responsáveis, conseguiu finalmente concretizar esse velho anseio. O número de executantes – 20 – não é, se comparado com os de outros tempos, muito elevado. Apesar dos contratempos, a Flor do Alva tem cumprido o seu papel de “motor” cultural em Vila Cova do Alva, levando também o nome da povoação a todo país. É uma instituição acarinhada pelo povo e, sempre que é preciso, contamos em primeira lugar com os vilacovenses para ultrapassar alguma dificuldade. A Filarmónica Flor do Alva, de Vila Cova do Alva, criada em 1918, era um velho sonho de alguns vilacovenses entusiastas da música. José Maria Madeira e o regente António Alves Neves foram os principais dinamizadores do projeto. Seriam eles, inclusivamente, a deslocar-se a Lisboa para tratar da compra do instrumental. Quando regressaram, em 11 de Julho desse ano, a população recebeu-os com grande júbilo. O livro de atas da instituição sublinha mesmo que o maestro proporcionou, “a esta bela rapaziada”, num curto espaço de tempo, “uma bela lição de disciplina e instrução”. A primeira apresentação da filarmónica em público ocorreu no dia 23 de Junho de 1918. “Eram dez horas da noite quando se deu o sinal de toque a reunir e logo todos os músicos se apresentaram na casa do ensaio. Colocados nos seus respetivos lugares, executaram um lindo passo dobrado, depois do que saíram e se dirigiram para a Praça, onde os esperava uma enorme multidão”, pode ler-se na ata alusiva. A Filarmónica Flor do Alva manteve-se sempre em atividade desde a sua fundação, sendo uma das instituições que mais longe levou o nome de Vila Cova do Alva.